quarta-feira, 24 de junho de 2009

Vida Marinha


O NJA esteve presente no 2º Meeting Vida Marinha, em Santos, tanto na série de documentários como nas palestras dos dias 18 e 19. Tirando o desconforto de ouvir absurdos como "O Brasil pesca pouco, temos que pescar mais", a pérola disparada por Beto Mansur, ex-prefeito a atual deputado federal, o saldo foi bem positivo.

O destaque do evento, Lawrence Wahba, esbanjou simpatia, elogiou a iniciativa do NJA e falou sobre a importância da TV como ferramenta de divulgação da vida marinha tanto para um público de massa, na TV aberta, como um público mais seleto, dos canais pagos. Com vários exemplos, Wahba contou como a TV tem sido aliada para tornar a discussão sobre a preservação dos mares algo mais próximo das pessoas.

Durante dois dias, pesquisadores e autoridades discutiram modelos de preservação e ações iniciadas por comunidades e poder público, sem deixar de lado a responsabilidade de cada um na degradação dos mares, como bem lembrou Leandra Gonçalves, do Greenpeace.

A mesa-rendonda sobre água de lastro traçou um panorama bem amplo sobre o tema, com metodologia científica para servir de base para normas e políticas de fiscalização. Contou com Newton Narciso Pereira, Presidente da ONG Água de Lastro Brasil, Solange Lessa, Ph.D. em Ciências (ICBII/USP-SP) na área de Concentração de Perigos Microbiológicos em zonas portuárias e Aluisio Souza Moreira, Engenheiro da Codesp.

Já a mesa-redonda sobre as APAS marinhas foi bastante burocrática, mostrando geograficamente as zonas e a importância da demarcação das áreas de proteção ambiental para a sustentabilidade da costa brasileira. Com a presença de Ingrid Odeg, chefe regional do Ibama, Cintia Miyaji, Coordenadora do Curso de Oceanografia da Unimonte e Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, Secretário Adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Para o NJA, foi mais uma oportunidade para atualização e de articulação com diversos atores sociais envolvidos nas questões ambientais da região e do país.

terça-feira, 16 de junho de 2009

NJA participou ativamente das atividades da Semana do Meio Ambiente em Santos, no Senac, no Sesc, no Guarujá, entre outras. Em breve divulgamos a agenda para o 2º semestre, que inclui Convers.ações, Visit.ação e mais novidades.

Se você ainda não faz parte, acesse nossa lista de discussão e acompanhe o andamento das ações e projetos, veja link no canto direito do blog.

Eco_sds,

Luz Fernández

sexta-feira, 5 de junho de 2009

NJA abre Semana de Meio Ambiente do SENAC

NJA abre Semana de Meio Ambiente do SENAC

Jornalistas de impresso e eletrônico discutiram sobre comunicação e sustentabilidade de forma propositiva

Luz Fernández (Coord. Formação e Cultura NJA)

O Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e região (NJA) abriu a Semana de Meio Ambiente do SENAC Santos nesta segunda-feira (1), com o tema Comunicação e sustentabilidade – o papel social do jornalista como transmissor dos temas ambientais de forma propositiva, que contou com a presença dos jornalistas Ana Patrícia Arantes, da ONG Tuim Ambiental, Cristiane Prizibisczki, do site O Eco, Filippo Mancuso Neto, da TV Tribuna e mediação de Marcelo Di Renzo, do NJA.

A proposta da mesa foi provocar reflexões sobre o tema, mostrando como a pauta ambiental pode ser positiva e propositiva, mas sem ser restrita à reprodução de agências de notícias. Na opinião da jornalista Cristiane Prizibisczki é preciso haver contextualização dos acontecimentos, uma leitura crítica dos fatos. “As matérias estão, na maioria das vezes, descontextualizadas e superficiais. Quando não reproduções de agências internacionais ou governamentais”.

Durante a apresentação, Cristiane mostrou um levantamento feito nos sites de notícias brasileiros sobre o tema ambiental, entre os dias 1º e 30 de maio, dividindo entre notícias factuais, que envolvem denúncia ou catástrofe, e propositivas, que tinham um caráter positivo. O percentual das propositivas não ultrapassa os 25%.

A mudança de paradigmas foi o tom da jornalista Ana Patrícia Arantes. A começar pelo termo desenvolvimento, que afirma ter retirado de seu vocabulário, uma vez que o prefixo “des” desmembra, distancia. Ana Patrícia lembrou que os ambientalistas têm um pensamento sistêmico, que engloba o todo, o que facilita a divulgação da informação contextualizada.

A jornalista chamou a atenção para que os meio de comunicação fiquem atentos às questões ambientais e transformem os assuntos em fatos perceptíveis, que sirvam para conscientizar a população. Em sua apresentação lembrou do Porto como um dos principais temas ambientais que devem ser tratados sob a ótica sócio-ambiental, lembrando dos passivos tanto sociais como ambientais.

Com experiência em telejornalismo, Filippo Mancuso apresentou duas matérias distintas de meio ambiente que foram veiculadas recentemente. Uma sobre a denúncia de retirada ilegal de palmito no Vale do Ribeira e outra sobre o lixo nas praia de SV, que chegam com a maré. O repórter contou os bastidores e a dificuldade em transformar temas complexos em algo palatável para a grande massa.

Em sua avaliação, 80% das matérias de meio ambiente são denúncias, relatórios de órgãos oficiais. Vazamentos, entre outros temas bastante factuais. “Nas reportagens mais aprofundadas, tentamos simplificar sem ser simplistas, sem levar equívocos para o público”, ressalta.

Mancuso alerta que nem todos os termos tão comuns nas conversas são de conhecimento da maioria, como desenvolvimento sustentável, protocolo de Kyoto, para citar alguns. “Fico questionando se os jornalistas e a população entendem a amplitude dos termos”, pontua.

Provocações do NJA

Representando o NJA, Marcelo Di Renzo abriu a mesa situando o tema e questionando o que foi pauta ou não nos grandes veículos e porquê. Di Renzo usou como exemplo uma notícia veiculada por email no dia anterior, amplamente distribuída na rede de jornalistas ambientais e ONGs. “Se a tartaruga enroscada na rede de pescadores não foi pauta dos jornais locais, e essa questão é importante e relevante, há algo errado”, provoca.

“A somatória das notícias tece uma narrativa social do mundo onde vivemos”, destaca Di Renzo. Em sua opinião, é preciso o envolvimento de todos para que a cobertura de meio ambiente mude. “Novos olhares para os assuntos cotidianos são necessários”, afirma ao elencar alguns tópicos relacionados ao cotidiano santista, como o Porto, o manguezal, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Alemoa, Praias, Lagoa da Saudade, Estradão, entre outros.

Para mostrar uma agenda propositiva, Mariana Felippe, participante do projeto Oasis Santa Catarina, apresentou a metodologia e a filosofia do Jogo Oasis que será responsável pela reconstrução de algumas áreas no estado que sofreu com o desabamento de área de encosta há poucos meses.

Nível do Mar

A abertura oficial da Semana de Meio Ambiente contou com a palestra do oceanógrafo André Belém, coordenador de pós-graduação do Senac. Durante 50 minutos Belém apresentou seus estudos sobre a elevação do nível do mar na Ilha de São Vicente (Santos e São Vicente).
Começando pela ressaca que atingiu fortemente a costa de Santos, em especial a região da Ponta da Praia, em 2005, Belém foi destacando algumas propostas que podem conter os eventos climáticos extremos que estão por vir. “O que vemos, por enquanto, são soluções corretivas, e não preventivas, na linha de costa, o que é preocupante”, avalia.

Lembrando das condições geográficas da cidade, uma vez que Santos é um confinamento geológico, a cidade está sob risco constante e real. O pesquisador lembrou ainda que 60% da população no país vive nos 60 KM de costa, por isso a necessidade de um estudo de avaliação de risco.

Seguem apresentações dos palestrantes:

Ana:

Cristiane:

Oasis SC: