quinta-feira, 8 de outubro de 2009

“Praia Irada é Praia Limpa” mensura impactos durante WQS em Guarujá

A OFS Jean Michel Cousteau’s Brasil e a organização GREMAR, com o apoio da Unaerp e do IBAMA, realizaram ação ambiental na praia do Tombo durante o campeonato mundial WQS. O nome da ação é “Praia irada é praia limpa” e no sábado, dia 03 de outubro, alunos da escola Técnica 1° de Maio e da Unaerp Guarujá andaram pela praia recolhendo lixo e microlixo que estavam espalhados na área. A coordenadora do Dia Mundial de Limpeza de Praias, membro da OFS do Guarujá, Heloísa Prado e a coordenadora do projeto GREMAR, Andréia Maranho, coordenaram os trabalhos e a equipe de voluntários, entre eles alunos das áreas de biologia e química.

Abrigados pela barraca da Escola de Surf Boanerges, os voluntários puderam levar todo o conteúdo encontrado para realizar mensuração. “Hoje foi uma ação atípica, normalmente levamos à campo nossa prancheta com uma ficha e lá mesmo anotamos a quantidade de cada lixo recolhido. Por causa da chuva invertemos o processo, recolhemos e agora contamos, marcando nas fichas.” Explicou Heloísa.

O objetivo da ação é saber qual o impacto causado por eventos como esse e cruzar os dados com dias de recolhimento em outras condições de clima e ações antrópicas. “Utilizamos a metodologia do Dia Mundial de Limpeza de Praias, realizamos uma coleta em um dia de ensolarado, porém , sem evento na praia, e agora realizamos a ação em um dia chuvoso e com um campeonato de surf em andamento. “ Explicou ainda Heloísa.

Para o professor Américo, da Escola Técnica 1° de Maio, o mais importante para os alunos é a conscientização. “Participamos de ações deste tipo já há quatro anos. Os alunos aqui presentes são dos cursos técnicos de química e meio ambiente. Não tem como recuperar o meio ambiente sem utilizar tecnologias e a química é parte importante. Muitos impactos foram causados pela aplicação inadequada dos conhecimentos químicos e tecnológicos, agora a ciência que trouxe esses problemas traz a solução. É preciso conhecer para preservar.” Analisou o professor que preenchia as fichas de mensuração.

Conhecer a origem e o tipo de lixo da região é importante para as pesquisas de como resolver este problema. Andreia Maranho, coordenadora do GREMAR afirma que é necessário confrontar a informação obtida com o que é encontrado durante as necropsias realizadas pelo projeto na Ilha do Arvoredo. “Quantificar e qualificar o lixo é necessário para que possamos realizar trabalhos específicos para conscientizar a partir da origem, levando educação ambiental para as comunidades diagnosticadas.” Afirmou Andréia.

Todo o resultado mensurado no projeto será apresentado durante um seminário que acontecerá na UNAERP em novembro. O aluno Alex Germano, do curso de Gestão Ambiental apresentará um artigo sobre educação ambiental. “Poder mostrar quão forte pode ser o impacto ambiental de um evento deste tamanho, levando poluição direta às praias. Toda estrutura altera o ambiente.” Ressaltou Germano.

Para as crianças presentes, alguns filhos dos participantes, a experiência é uma brincadeira sem fim. Isabella e Kamilla, as duas com dez anos, não queriam mais parar de recolher o lixo, e até apostaram com os meninos quem recolhia mais material. “Viemos ajudar o meio ambiente, essas pessoas que jogam lixo no mar não tem respeito pela natureza.” Afirma a pequena Kamilla.

Os voluntários encontraram na praia entre dezenas de pequenos pedaços de plástico, centenas de pontas de cigarro, um melão inteiro, camisinha usada, vidro quebrado, um pedaço de ferro utilizado em construções e até um sapato masculino.

Catharina Apolinário - Coord. Comunicação NJA