domingo, 24 de maio de 2009

Viva a Mata 2009

Na quinta edição, o Viva a Mata aconteceu de 22 a 24 de maio no Ibirapuera, São Paulo. Na programação, mostra de projetos e programas apoiados pelo SOS Mata Atlântica por todo o país e debates, além de atividades das mais diversas para o público.

Da região, o Instituto Maramar, com Fabrício Gandini, expôs em paineis um de seus programas de educação continuada, o Programa Mar Adentro, que desde 2006 traça ações para o uso sustentável do Canal de Bertioga. Já o Ecosurfi, com João Malavolta, trouxe de Itanhaém o projeto Preservação das Praias, o primeiro da ONG, lançado há 9 anos. O projeto Onda Limpa também estava registrado em paineis.

Pela defesa do Código Florestal

Uma redonda reuniu a Frente Parlamentar Ambientalista na tarde de sábado (23) em um auditório em formato de oca, construído com canos cilíndricos de papelão, unidos por pregadores de metal, instalado no vão do Ibirapuera, em São Paulo. A criação é do designer Nido Campolongo.

Durante mais de duas horas deputados federais, ministros e lideranças ambientalistas falaram sobre o movimento liderado por ruralistas para derrubar o Código Florestal. Conduzida pelo diretor de mobilização do SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a mesa redonda contou com a presença de Antônio Herman Benjamin, José Sarney Filho, Cleiton Lino, Fábio Feldmann, João Alfredo Telles, José Carlos Vieira e Maria José de Brito Zakia (Zezé).

O tom do papo foi fazer com que todos tomem pra si a responsabilidade no processo, uma vez que a destruição do Código Florestal seria um retrocesso, nas palavras de Sarney Filho, Benjamin e demais. Segundo Benjamin (STJ), o tema é pauta porque agora é preciso cumprir a legislação, o que anteriormente não acontecia. “Querem passar uma borracha em processos transitados e julgados. Isso é um descaso”, avaliou.

Já Sarney Filho lembrou que há um projeto de lei que pede a derrubada de uma Resolução do Conama que considera a restinga como área de preservação ambiental. Para o parlamentar, a Frente tem um papel essencial na salvaguarda da legislação. “A Frente é uma trincheira de resistência”, considerou.

Feldmann preferiu destacar a questão da crise climática e seus desdobramentos. “Não haverá agricultura brasileira se não combatermos o aquecimento global”, afirmou. Neste momento, fez um apelo para o chamamento de 1 milhão de pessoas nas ruas para sensibilizar e clamar por soluções. “Precisamos mostrar que queremos uma cidadania planetária. A Amazônia é nossa significa compromisso e responsabilidade de todos”, disse.

A manipulação e desinformação foram apontadas por Cleiton Lino como o discurso predominante. Em sua opinião, o Código Florestal é apenas a ponta do iceberg. “Há mais de 40 projetos de lei destruindo áreas de preservação ambiental”, informou. Para Maria José Zakia, o Código precisa ser aperfeiçoado. “É necessário tratar iguais como iguais e diferentes como diferentes. Os grandes não podem se esconder atrás de pequenos para destruir o Código Florestal”, disparou. Ao final, a Rede Mata Atlântica, que engloba cerca de 300 ONGs, entregou um documento de apoio ao Código Florestal à Frente Parlamentar Ambientalista.

Na seqüência, vereadores de diversas cidades que fazem parte da Frente Parlamentar Ambiental de Vereadores do Brasil apresentaram projetos em seus respectivos municípios. Fabio Nunes (Fabião), de Santos, marcou presença. Fabião lembrou que a participação popular no mandato dos parlamentares é fundamental. Para provocar a reflexão, propôs que tirássemos o prefixo “des” em desenvolvimento, uma vez que significa ausência. “Quando não se tem envolvimento, tem desenvolvimento”, enfatizou.

Algumas ações apresentadas pelos vereadores foram IPTU Ecológico, criação de Unidade de Conservação, a Ecocâmara, o envolvimento das universidades com a elaboração de tecnologias de sustentabilidade, entre outras.

Luz Fernández

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